quarta-feira, 18 de abril de 2012

OS DOIS IRMÃOS


(Irmãos Grimm)

O irmão pegou a mão de sua irmã e disse: “Desde que nossa mãe morreu não tivemos mais uma hora feliz. O cachorro embaixo da mesa vive melhor do que nós. Vamos embora, mundo afora!”
Eles deixaram sua casa e chegaram numa grande floresta. Cansados e tristes sentaram-se numa árvore oca e adormeceram. Quando acordaram no dia seguinte, o irmão disse: “ Estou com muita sede! Parece que estou ouvindo uma fonte.” Ele levantou-se para procurá-la junto com a irmã. Mas a madrasta era uma bruxa. Ela tinha seguido os dois e enfeitiçado todas as fontes da floresta.
Quando as crianças chegaram à primeira, escutaram da água: “ Quem beber da minha água se transformará num tigre!” A irmã exclamou: “Irmão, não beba desta água senão te tornarás um animal selvagem e me comerás!” Assim, o irmão não bebeu embora estivesse com muita sede.
Quando chegam a segunda fonte, escutaram: “Quem beber da minha água se transformará num lobo!” O irmão também não bebeu desta fonte, mas disse: “ Vou esperar até chegarmos na próxima fonte, mas então vou beber.”
A terceira fonte murmurou: “Quem beber da minha água se transformará num filhote de veado!”
Novamente a irmãzinha pediu para o irmão não beber da água, mas ele já tinha se deitado no chão e bebeu. E quando as primeiras gotas chegaram aos seus lábios, estava deitado como filhote de veado.
Agora a irmãzinha chorou por seu irmão enfeitiçado e o veadinho também chorou. A menina então disse: “Fique quieto, nunca te deixarei!” De junco trançou uma coleira e assim conduziu-o consigo. Quando já tinham andado muito chegaram finalmente a uma velha casa, onde decidiram morar.
Assim viveram muitos anos na floresta. Certo dia o rei promoveu na região uma grande caçada. O veadinho disse para a irmãzinha: “Deixe-me sair, não aguento mais ficar aqui dentro!” Ele pediu tanto que a irmã finalmente disse: “ Mas volte ao anoitecer e diga: “Irmã, me deixe entrar! Senão não vou abrir a porta.” O veadinho saiu alegremente aos saltos para dentro da floresta. O rei e seus caçadores viram o bonito animal, mas não conseguiram alcançá-lo. Na manhã seguinte, o veadinho estava novamente na caçada. Mas como tinha se machucado um pouco, não conseguiu correr tão depressa, um caçador seguiu-o, escutou o que ele disse e viu como a irmã deixou-o entrar, e então contou tudo ao rei.
No terceiro dia, o rei ordenou aos caçadores: “Sigam o veado, mas não o machuquem!” Nesse ínterim foi até a casinha e disse: “Irmã, me deixe entrar!” A porta se abriu e o rei entrou. À sua frente estava uma moça, que era tão linda como ele nunca tinha visto alguém. Gentilmente falou com ela: “Você quer ir comigo até o meu castelo e ser minha mulher?”
“Sim”, respondeu ela, “mas o veadinho deve ir junto, pois não o abandonarei.”
O rei levou ambos ao castelo onde logo foi celebrado o casamento com muito esplendor.
Quando a madrasta soube da sorte das crianças, sua inveja e seu desgosto não lhe deixaram mais em paz, e ela pensou dia e noite sobre como poderia deixar os dois na infelicidade.
Quando então a rainha deu a luz um lindo menino e o rei estava numa caçada, vestiu-se e fingiu-se de camareira e matou a irmã. Em seguida deitou sua propria filha feia na cama da rainha.
A meia noite, quando todos dormiam, a governanta, que cuidava ao lado do berço, viu quando a porta se abriu e a verdadeira rainha entrou. Ela pegou a criança em seus braços, deu-lhe de beber, acariciou o veadinho e desapareceu novamente.
Ela veio durante muitas noites e nunca disse uma única palavra. Certa noite a rainha disse: “Como vai meu filho? Como vai meu veadinho? Venho mais duas vezes e depois nunca mais.”
Desta vez a governanta foi até o rei e lhe contou tudo.
“Meu Deus! O que significa isto?” exclamou o rei assustado. “Quero ficar na próxima noite junto ao berço.”
A meia noite, a rainha apareceu novamente, cuidou da criança e acariciou o veadinho. Depois disse tristemente: “Como vai meu filho? Como vai meu veadinho? Venho mais uma vez e depois nunca mais.”
O rei não se atreveu falar com ela, mas também a noite seguinte ficou junto ao berço.
Ela disse novamente: “Como vai meu filho? Como vai meu veadinho? Venho ainda esta vez e depois nunca mais.”
O rei não conseguiu se controlar, correu para junto dela e disse: “Você não pode ser ninguém mais que minha querida mulher!” E ela respondeu: “Sim, sou eu” E como num milagre ganhou sua vida de volta. Então contou ao rei a monstruosidade que a bruxa e sua filha tinham cometido.
O rei mandou levar ambas a um tribunal onde foi lida a sentença.
Assim a filha foi levada para a floresta onde foi deixada para os animais selvagens. Mas a bruxa foi queimada. Assim que se transformou em cinzas, o irmão recebeu sua forma humana de volta e todos viveram juntos e felizes até o fim.

terça-feira, 10 de abril de 2012

OS 3 MACACOS


(Brigitte Noder - Helga Weichert)

Na floresta virgem viviam muitos animais. também três macaquinhos moravam lá. Tiki e marrom escuro, Toki, marrom claro e Taki e de marrom amarelado. Todos os animais da grande floresta gostam dos três macaquinhos. Pois Tiki, Toki e Taki, durante o dia inteiro estão dispostos à brincadeiras.Às vezes fazem tantas travesuras que os papagaios gritam alto de imensa diversão. Leões, panteras, tigres e elefantes procuram ficar perto deles. Mas os três macaquinhos não estão em paz consigo e o mundo. “Todos só riem de nós!” diz TIKI. “Ninguém nos leva a sério!” exclama TOKI. “E ninguém tem medo de nós!” resmunga TAKI.
Quando, durante a noite, a lua brilha sobre as palmeiras, os três macaquinhos sonham terem ficado fortes e poderosos. E todos os outros animais teriam medo deles. Que maravilha!
Na manhã seguinte, os três macaquinhos estão novamente sentados sobre as árvores e fazem suas travessuras, mas não era como antes. Eles se balançam nos cipós e lançam-se de uma árvore a outra. E perguntam a muitos papagaios se estes nao sabem como amedrontar os outros animais. Mas os papagaios apenas gritam e batem suas asas.
Finalmente perguntam ao leão: “Todos os animais tem medo de você, como você faz isto?”
O leão olha espantado para os macaquinhos e diz: “Isto foi sempre assim! Os outros animais me vêem e logo tem medo!”
 Os macacos sentam-se sobre uma palmeira e tentam bramir como um leão. Mas os animais nao tem medo dos três. Ao contrario, apenas riem. Então um javali aproxima-se de sua árvore. Os 3 macacos falam também com o javali sobre seu maior desejo. E, de fato, o javali sabe um remédio. “Tomem um banho de mar e, enquanto isto, berrem o mais alto possível! Vocês ficaram fortes e poderosos como um gigante!”
Os três macaquinhos ficam encantados: enfim encontraram uma solução! Mas Tiki pergunta tímido: “Onde fica o mar?”
Lá atrás, em algum lugar”, resmunga o javali. “La onde o sol se põe.”Agora, nada mais segura os três macacos! Ainda na mesma noite colocam-se a caminho. No entardecer observam bem onde o sol se pôs. E agora vao sempre reto em frente. Depois de alguns dias chegam a beira da floresta. Lá, onde começa o deserto. E ao pôr do sol do quarto dia alcançam finalmente, e esgotados, o mar. Imediatamente, os três macaquinhos jogam-se aos altos berros nas ondas.
Os peixes fogem assustados.
Quando os três macacos saem novamente da água, estão fortes e poderosos. Todos os animais, que os encontram pelo caminho de volta para a floresta recuam assustados quando vêem os três macacos. Os passaros saem voando aos gritos e as raposas escondem-se atrás dos arbustos. Quando atingem novamente a floresta, os outros animais encaram-nos amedrontados. Tiki, Taki e Toki estão felizes. E eles sobem na sua árvore, balançam-se em seus galhos e estão contentes. O que os três tanto desejavam, tornou-se realidade. Agora todos os animais os teme!
Os papagaios voaram para longe. Os elefantes e leões dão uma grande volta quando os encontram. E o velho javali nem aparece.
“Todos tem agora medo de nós”, diz Tiki. “Agora somos fortes e poderosos”, acrescenta Toki. “E ninguém ri mais de nós”, completa Taki. Mas, que estranho, os três macaquinhos de repente, nem estão mais tão felizes por causa disto. Na realidade imaginavam outra coisa. E, na verdade, antes era melhor!
Uma manhã, puseram-se novamente a caminho.
Atravessaram a floresta, o deserto e caminharam ate o mar. Aos altos berros jogaram-se novamente nas ondas. E quando, depois, voltaram a praia, voltaram a ser os pequenos, alegres e inofensivos macacos de antes. E ninguém mais tinha medo deles. Quando chegaram novamente em sua floresta foram cumprimentaos alegremente pelos outros animais. Os papagaios gritaram novamente altos sobre suas travessuras. E também o velho javali ficou contente quando os encontrou.
“Nunca mais tomo banho no mar” disse Tiki.
“Nunca mais!” repetiu Toki.
E Taki disse: “E principalmente não vou berrar durante isto!”
Agora vocês sabem porque os macacos não gostam de tomar banho!

quinta-feira, 22 de março de 2012

PRINCESA LECTRICE:CORDEL SAGRADO

MIGUEL E O GNOMO DA TELEVISÃO


Miguel e o Gnomo da Televisão
(Brigitte Noder - Klara kubicka)

Miguel veio sem fôlego subindo a rua. Ele tinha muita pressa porque não queria perder o programa infantil na televisão.Impaciente tocou a campainha e quando a mãe finalmente abriu a porta, passou correndo por ela em direção à sala. Ele ligou a televisão e acompanhou com interesse o filme que estava passando.
À noite, seus pais saíram para visitar amigos. Miguel estava deitado na cama e fingiu estar dormindo. Ele tinha puxado o lençol sobre a cabeça e aguardou que a porta de entrada se fechasse. Quando estava bem quieto na casa jogou o lençol para o lado e foi à sala de estar.
Descalço e vestido apenas de pijama sentou-se na poltrona e olhou o programa noturno na televisão.
Muito, muito tempo ficou Miguel na frente do aparelho. Quando esfregou sonolento os olhos e os levantou viu de repente um estranho homenzinho no meio da sala. O coração de Miguel bateu forte. Rapidamente escondeu-se atrás da poltrona.
O pequeno gnomo tinha quase o tamanho de Miguel e andava silenciosamente pela sala. O corpo do homenzinho era retangular como um bloco da caixa de blocos para montar de Miguel. Também seus olhos eram retangulares e pareciam dois pequenos televisores.
Em breve, Miguel recuperou-se do susto e saiu detrás da poltrona.
“Afinal, quem é você?” perguntou ele ao gnomo.
E descobriu que o homemzinho era ZIRP, o gnomo da televisão. Ele veio de uma outra estrela e queria transformar a terra num planeta de televisão.
“Você quer fazer um planeta de televisão da nossa terra?” perguntou Miguel surpreso. “O que é isto?”
“Bem, na estrela do gnomo da televisão pode se ver televisão em todo lugar. Na cozinha, no banheiro, no quarto, no ônibus - em todo lugar pode se ver televisão!” Miguel estava sem fala. “Isto deve ser um paraiso!” ele pensou. E com curiosidade escutou as histórias de ZIRP, o gnomo da televisão.
“Meu planeta chama-se também o planeta dos gnomos da televisão”, começou ZIRP. “E ele fica a apenas três horas e dez minutos de distância daqui - quando se viaja numa velocidade como eu! Eu vim direto para esta casa. Onde é melhor eu começar? Talvez na cozinha! Onde fica a cozinha?”
“A cozinha?” repetiu Miguel surpreso. “Você quer colocar um televisor na cozinha?”
“Naturalmente!” disse ZIRP.
Miguel se surpreendeu “É possível ver televisão e cozinhar ao mesmo tempo?” perguntou Miguel incrédulo.
“Naturalmene!” disse o homenzinho com convicção.
“Sempre, quando minha mulher abre uma lata de mingau, o televisor está ligado”, conta o gnomo. “E naturalmente olha pra ele para não perder nada.”
“Hmm”, pensa Miguel.
“Quando se abre uma lata de mingau pode-se certasmente ver televisão, mas pode tua mulher tambem ver televisão quando prepara um bolo, assa carne, ferve verdura ou fiz conservas de marmelada?”
ZIRP começou a rir e seu corpo de bloco balançou de um lado para o outro. “Tudo isto, nós não conhecemos!” diz ele. “No nosso planeta vem tudo pronto em latas!”
“E quem prepara estas comidas e coloca-as em latas?” pergunta Miguel.
“Computadores!” responde ZIRP brevemente. E novamente riu e mostrou sua boca sem dentes.
Finalmente, Miguel pergunta: “Zirp, por que você não tem dentes?”
“Para que?” perguntou o gnomo da televisão. “Para comer mingau não se precisa de dentes! E para ver televisão também não.”
“Então você não pode dar uma boa mordidas numa maçã e roer bolachinhas?” perguntou Miguel cheio de espanto pois não queria abrir mão disto.
“É claro que não!” responde ZIRP.
Durante a conversa, ele tinha andado pela sala e olhado tudo com muita atenção. Admirado olhou por um bom tempo o armário de livros numa parede.
O gnomo da televisão nunca tinha visto um livro. “O que pode ser isto?” ele murmurou.
“Livros, tudo livros!” explicou Miguel rapidamente.
“O que se faz com um livro?” perguntou Zirp agora curioso.
“Um livro pode ser lido”, disse Miguel e apanhou seu livro preferido do armário. “Em poucos minutos, as histórias mais fantástica me levam ao redor do mundo e para dentro da mata virgem mais profunda da África.”
Zirp escutou silenciosamente e com atençao. “Como devo compreender tudo isto?” suspirou ele e fez umsa cara desolada. “No nosso planeta não existe nada disto. Nunca vi um livro!”
Agora estava bem quieto na sala. Zirp estava de cabeça abaixada, olhando para o chão. Ele parecia muito pensativo. Miguel ficou quieto, porque nao queria atrapalhar o gnomo em seu pensamento.
Então disse Zirp baixinho; “Talvez seja melhor que eu nao faça desta terra um planeta de televisao.”
Olhou para fora da janela e disse: “Preciso ir!” Ele se despediu cordialmente e saiu voando pela janela. Na manhã seguinte Miguel foi acordado pelos raios de sol que lhe batiam no rosto. “Bom dia”, disse sua mãe e sentou sobre sua cama. “Ontém à noite voce adormeceu na salas de estar!”
Então Miguel lembrou-se de tudo e decidiu não ver mais tanta televisão.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Uma Princesa no Parque dos aviões

A Princesa Lectrice e os fantoches do Balalaika estiveram no Parque Santos Dumont (São José dos Campos) na manhã do dia 15 de Janeiro de 2012 apresentando a História "A TARTARUGA QUE QUERIA VOAR", a peça de Teatro "Papai entre todos" e o Cordel "SATANÁS PEDINDO ARRÊGO VENDE O INFERNO A BOM PREÇO" de autoria do Cordelista Paulo Barja.
Visitantes e frequentadores assíduos, adultos, idosos e crianças se divertiram com as incríveis histórias vividas pelos fantoches e narradas pela princesa.

Agradecimentos a Prefeitura Municipal de São José dos Campos pelo Projeto Domingo no Parque.



El Inesperado

Conozcan el Duende Luano!